A comida fala o tempo todo sobre tudo. A comida diz sobre saúde física e mental, estilo de vida, PIB, cultura, arte, amor, sexo.

Aqui você é convidado especial para pensar a comida em suas diferentes dimensões. Nossos alimentos são livros, filmes, peças teatrais, a comida de restaurantes, bares e cafeterias.

Venha participar deste Banquete! Há um lugar esperando por você nesta mesa! Escute, pois a comida fala! Venha conversar!







































sábado, 27 de fevereiro de 2010

TÁ CHOVENDO HAMBÚRGUER NA "ALDEIA GLOBAL"!!!!

Minha dissertação de mestrado foi sobre comida de shopping - fast-food - "modelo" McDonald's!!! Pergunto: como poderia deixar de assistir o filme Tá Chovendo Hambúguer?! Gente... fantástico!!! Hambúrgueres caindo do céu... filés, bacon, ovos, sorvetes,balas de goma,"rosquinhas"... comida que "nasce" da água das nuvens e cai do céu... e as pessoas esperam, na terra, de "boca aberta" (risos)!
Muitos links... antropológicos, psicológicos, sociológicos, políticos... nossaaaaa... intermináveis... "pirei o cabeção"!!!
A intervenção do Poder Público é simplismente uma obra de arte, pois possibilita refletir a atuação do Estado na economia no que tange à gastronomia enquanto Turismo (os parques das sardinhas, o parque da comida...)... O poder dos meios de comunicação na "construção" desses "espaços"...
A questão da obesidade não poderia faltar, é claro!!! O Prefeito não consegue andar e, possivelmente, "afundará" nas águas do mar!!!
O amor no "mundo da gelatina"?! Incrível!
A associação existente entre as crianças e os doces, bem como a presença (ou ausência!) dos pais na orientação da "dose" adequada?! O "agrado" via comida - um prêmio - um castigo!
Essa grande "cozinha" tem chef? Tem, é claro! Flint... O "chef" (um cientista!) vivencia todas as dores dos chefs de cozinha... preocupação com temperatura (risos)... sabor e apresentação... com a aprovação dos "comensais"... Mas, Flint tb vive todo o glamour da profissão...
Contudo... ao final... pra mim, o que mais ficou foi a primeira chuva de comida, quando os hambúrgueres invadem a ilha pelo "ar"... eles realmente estão invadindo a aldeia global... Hummm... ham... ham.. hambúrgueres... um grande emblema!!! Chove chuva... chove sem parar... me dê um número um aí, Chef Flint!

PROPOSTA: O filme não está "rodando" nos cinemas. Resta-nos o DVD... Sugiro que vejam os comentários em português oferecidos entre as opções do link "legenda"... Vale!

DE TIM PARA AMADO E RAUL...

Escutando Tim.... fazendo o "mexido musical"... o ACARAJÉ gritou!!! Com o acarajé... chegou o ofício das baianas - primeiro patrimônio nacional referente à comida!!! Nossaaaa... que link!!! O que estaria faltando pra "aquecer" nesse "azeite de dendê"?!FOGO... Sim... aqueles que tão bem "decodificaram" a Bahia: Jorge Amado (meu escritor predileto) e Raul Lody (meu antropólogo com aroma de nordeste). Mas, agora, vou trazer só a Bahia de Raul...

Vejam:

"O tão estimado acajé, o bolo de fogo, assume o valor do raio de Oyá ou Iansã, mulher de Xangô, que come literalmente fogo, e, como o acarajé é este fogo, todos nós, após o dendê fervente, comemos fogo, integramos cada emoção aos papéis míticos da mulher guerreira ou do reii que promove justiça entre os homens"

"(...)da manga madura para ser comida egoísticamente, como deve ser, como um néctar que começa pela boca, lambuza a cara, as mãos e, se for deliciosa, todo o corpo" Raul Lody

Quem é Raul Lody? Um antropólogo "que optou em falar brasileiro e não antropologuês fluente ou mesmo um dialeto de sociologuês." (Raul Lody by Raul Lody... e eu concordo!!!)


PROPOSTA: Vamos nos banhar no mar dos pescadores de Tim e de Amado e comer o acarajé das Baianas "decodificadas" por Raul nesse último findi de fevereiro?! Se não gostares de Acarajé... que tal um kibe vindo diretamente de Ilhéus?! Nossaaaaa... nuca esquecerei daquele "cheiro" de cacau... daquele porto... daquele bar... da Gabriela que parecia estar em cada canto daquela cidade!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

PRA BEBER... "MEXIDO" MUSICAL (4)

PRA BEBER
(by Karen “bebendo” Tim Maia)

Chocolate! Chocolate! Chocolate!
Eu só quero chocolate
Só quero chocolate
Não adianta vir com guaraná
Prá mim é chocolate
O que eu quero beber...

Tomo guaraná, suco de cajú
Goiabada para sobremesa...

Não quero chá
Não quero café
Não quero coca-cola
Me liguei no chocolate
Só quero chocolate

O Senhor aceita um cafezinho?

Fragmentos das letras: Chocolate, Do Leme ao Pontal.

MAR... TIM... "MEXIDOS" MUSICAIS

MAR...TIM
(by Karen “pescando” Tim Maia)


A Bahia tem coisas maravilhosas
Eu amo a Bahia
Bahia de São Salvador
Bahia do Acarajé
Como esse povo é sofrido e carente
Sereia, o sol
O vento, o mar, navegando
Indo, voltando, canoa
O peixe, fruto do mar
Pescador, tem que pescar
Pescador, tem que pescar

Em Fortaleza, deu pra ver toda beleza da praia de Iracema do futuro e coisas mais.
Morenas, bundas, comida maravilhosa, rapadura bem gostosa, que saudade vou pra lá.
Mas que falta, mas que saudade vou pra lá
Sereia, as ondas do mar
Pescador, tem que pescar
Areia, canoa, pescador
Tem que pescar
Como vou poder sobreviver

Fragmentação das letras:O pescador, O que vem da Bahia, O Nordeste é lindo.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

COMIDA DE... PRAIA ... O GRITO QUE VEM "DO SUL DO SUL" DO BRASIL


Relacionar comida e espaço é inevitável... tem comida de rua, de shopping (praça de alimentação)... Como estamos vivendo o verão, vou me "banhar" na COMIDA DE PRAIA. Vendedores ambulantes e funcionários de "barraquinhas" fazem a alegria do "pessoal da praia"... O milho verde é a grande estrela das praias gaúchas... Queijo coalho (armazenado na caixa de isopor "escurecida" pela sujeira)... "assado" no "calor do carvão" e servido com ou sem orégano! Pastéis e empadas com diferentes recheios...  Tem castanhas colocadas em grandes sacos plásticos e transportados nos ombros dos vendedores  (eles não usam as  mãos no transporte?! Incrível, um show de equilíbrio!!!)... Os sanduíches "naturais" merecem um capítulo especial... Nossa gente, tudo isso acontecendo e eu só lembrando das determinações da ANVISA e "morrendo" de tanto rir.... 
Para beber muita água... "água água", água de coco e aquela água que tem "saborzinho"... refrigerantes e , é claro, a "malvada da cachaça" (englobo aqui a cerveja e demais bebidas alcoólicas)... 
Ops, gente... e  chimarrão, é claro!!! Mas as "prendas" estão de "bundinhas de fora" e os "gaúchos" sem bombachas, é claro!!! E as roupas dos vendedores ( do "pessoal do salão")? As roupas deles são simplesmente sensacionais para uma antropóloga que não consegue se desligar do ofício!!! 
Os corpos, com suas roupas de praia "falam" sobre a relação entre a comida-comida e a comida-sexo!!!
E no "menu da areia/mar" tem sobremesa?! Tem, sim senhor!!! Cocadas, "picolés", "docinhos" de Pelotas... 
Mas o mais interessante é a "farofa"... a comida e a bebida são trazidas de casa em isopor, sacos plásticos e vasilhas diversas... Ainda hoje é possível constatar a desaprovação do "pessoal" que compra a comida dos vendedores... Decodificando as expressões faciais, muitas vezes é possível ler: "que gente...", "que nojo", "que gentinha"... Em suma: um discurso que fala de desprezo e reprovação.  Vi muito do que costumamos chamar de "farofagem" no Mar Mediterrâneo que banha a França!
 A comida de praia fala... na verdade... GRITA...  E eu estou atenta... 

CIVILIDADE BOVINA





"Defendemos a importância da ficção por crer que a capacidade de criar e questionar se nutre da mesma fonte que a de devanear. Parcos recursos imaginários redundam somente em pobreza de espírito e numa civilidade bovina" (Diana e Mario Corso) (Grifos meus)

KAFKA E A FOME

Relendo  "Um Artista da Fome",  pensei sobre a  fome e "viajei na maionese" (não é brincadeira... viajei mesmo!!!)... Enjaulados, os artistas da fome faziam questão da vigilância para provar o jejum realizado. O tempo de jejum era previamente estipulado, pois o interesse dos público "tinha limite"! A arte entrou em decadência e o artista da fome de Kafka revelou, na última jaula que ocupou, o motivo pelo qual fazia o jejum:  "porque eu nunca encontrei a comida que me agradasse. Se eu a tivesse encontrado, acredite, eu não teria feito nenhum alarde e teria comido até me empanturrar, como você e todo mundo". O  corpo do artista da fome foi retirado da jaula do circo e, em seu lugar, foi  colocada  uma jovem pantera que comia sem ponderação... "a alegria de viver saía de sua garganta com uma ardor tão intenso que os espectadores mal podiam aguentar
A arte carrega a dimensão  "ficção". A arte também "fala" da realidade.  O combate à fome parece estar perdendo "espaço" para luta pelo controle da obesidade quando analisamos as políticas sociais voltadas à alimentação.  Não consigo acreditar que  Kafka consiga nos esclarecer o motivo pelo qual  a "morte pelo excesso de comida"  tenha mais poder de afetar as  pessoas que a "morte pela fome"; veja-se: "não tente explicar  a alguém a arte da fome! Não há como torná-la compreensível a alguém que não a sente."
Claro que a fome que Kafka tratou não é a mesma sobre a qual eu escrevi, mas eu não perco a oportunidade de denunciar o destrato dispensado à fome pela ausência da comida (aquela que garante a sobrevivência - objetivo primeiro do ato de comer). 

Proposta: Considero essa produção de Kafka fantástica para discutirmos comida em suas diversas dimensões (antropológica, psicológica...). Uma possibilidade de reflexão que me agrada sobremaneira é aquela que concebe a comida como arte (ficção). Por isso, vou trazer a passagem de dois psicanalistas sobre a função da ficção na próxima postagem. Pense sobre... qualquer dia talvez eu escreva sobre isso, embora considere o tema complexo demais para ser tratado através de uma postagem... mas... quem sabe... risos...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

UM OVO EM NOVA YORK




"Além de astrologia, você acredita no quê?
Meu lado racional é brutal, mas adoro rituais. Quer coisa mais bonita que baralho de tarô? Uma vez, no terreiro de Gantois, me disseram que eu atraía olho-gordo. Então, colocaram na minha frente uma prato cheio de azeite. Eu deveria me ver dentro daquele espelho de  azeite. Enquanto isso, passavam um ovo fechado ao redor do meu corpo. Depois, me orientaram a pegar todo dia uma caixinha com um ovo dentro, sair à rua me imanando com o ovo e jogar tudo sem olhar pra trás. E lá fui eu pelas ruas de São Paulo... Até que viajei para Nova York e achei que, se jogasse ovo na calçada, acabaria presa." (Marilia Gabriela)
Ao contrário de Marília, não gosto da maioria dos rituais... mas amo ovo!!!


Fonte de inspiração: Revista Claudia. Fevereiro de 2010. p.45 Entrevista com Marília Gabriela

Proposta: para aqueles que já foram a Cuba.... proponho relembrar "as filas dos ovos"!!! Assim é a vida na aldeia global!!!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

COLOCANDO MAIS ÁGUA NO FEIJÃO (3)...

Para preparar a leitura da postagem sobre o filme INVICTUS:

Melhor ficar sem comida por três dias... Do que um dia sem chá. (provérbio chinês)
Graças a Deus pelo chá! O que faria o mundo sem o chá? Como é que ele funcionou antes? (Sidney Smith, escritor britânico (1771-1845))

COMIDA E FILME (1)

INVICTUS: O PODER DO LEITE E DO CHÁ


"Não importa o quão estreito seja o portão e quão repleta de castigos seja a sentença, eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma". (William Ernest Henley)
Invictus é uma obra  para ser literalmente bebida. O filme percorre os preparativos da Copa de Rúgbi, na África do Sul – 1995, primeiros anos do Governo Mandela. O encontro entre os personagens principais se realiza regado por um CHÁ ( o chá é sem leite para o capitão do time!).

Para Mandela o CHÁ DA TARDE é o principal “legado” deixado pelos ingleses. Fica claro o caráter “inspirador” da bebida de origem oriental (chinesa) que tão bem justifica o "emblema" inglês: vamos tomar o chá das 5 (p.m)? Vale lembrar que, segundo, Standage (2005), a beibida foi introduzida nas cortes inglesas por uma mulher: Catarina de Bragança (sec. XVII).

Durante o chá, Mandela faz referência ao poema de Henley – sua fonte de "inspiração" para suportar os anos de prisão. Ora, se para nós ocidentais, o chá “contribuiu para a construção social da identidade de gênero, identificando às mulheres, em oposição ao café, de reputação feminina”, podemos afirmar que o chá remete ao espaço privado. Logo: chá, chá da tarde, feminino, espaço privado, inspiração.

Mas o filme continua “dando sede”... Para saciá-la o diretor nos oferta LEITE! “A vaca é sagrada” – a mulher também... risos... Mandela, que à noite é chamado de “dada” pela afetuosa empregada, costuma tomar o muti – leite morno. Enquanto isso, o viril capitão do time de rúgbi bebe o “shake de proteínas” preparado pela mãe e trazido pela namorada! O leite remete ao gênero feminino, ao conforto, ao aconchego.

Enquanto os homens “se matam” no Campo de Rúgbi, inspirados pelas “bebidas femininas”, os problemas de Estato são resolvidos! Tim...Tim...



Fonte de inspiração: INVICTUS. Filme dirigido por Clint Eastwood. Morgan Freeman (Mandela) e Matt Damon (capitão do Springbocks.Baseado no livro de John Carlin (Conquistando o Inimigo – uma história real). 2009.

Leia mais sobre tema: CARNEIRO, Henrique. COMIDA E SOCIEDADE. Editora Campus. 2003. p.95 (citação). STANDAGE, Tom. HISTÓRIA DO MUNDO EM 6 COPOS. Zahar Editor. p.149 (referência)

"MEXIDO MUSICAL" (2)

COMIDA FOME
(by Karen "desossando" Adriana Calcanhoto)

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Champanha por atacado
Artigos orientais

E corre por aí
Que eu sei certo zum zum
Que já não tenho molho, ritmo, nem nada

Máquinas de assar
Máquinas de faturamento

Lig-Lig-Lig
Lig-Lig-Lig-Lé...
Chinês
Come somente
Uma vez por mês

Cintas abdominais
Produtos de porco
Peles cruas

Enquanto houver Brasil
Na hora da comida
Eu sou do camarão ensopadinho com chuchu

Fragmentos das Letras: Ciranda da Bailarina, Disseram Que Eu Voltei Americanizada, Esquadros, Jornal de Serviço.

"MEXIDO" MUSICAL (1)

COMIDA LOVE
(by Karen "fatiando" Adriana Calcanhoto)


Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que não esperava


Faça-se, ó faça-se
Ó alface, afinal
Faça-se o nosso al
Moço, face a face
Ó alface!

Que bela sopa, de osso ou aveia,
A ferver na panela cheia!

Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada

Os deuses, as dúvidas,
pra quê amendoeiras pelas ruas?
Para quê servem as ruas?


E se a comida está quente,
Ele, antes de comer,
Muito calculadamente,
Toca com a pata pra ver.


Banquete-ê-mo-nos
Ordem e orgia
Vamos revelarmo-nus




Fragmentos das Letras: Alface, Camioneiro, Canção da Falsa Tartaruga, Cantada (Depois de Ter Você), Lugares Proibidos, Fico Assim sem Vocês, Gato pensa?, Vamos Comer Caetano.

COLOCANDO MAIS ÁGUA NO FEIJÃO (2)...

“"A conserva é a ansiedade em estado puro”,escreveu o sociólogo Girolamo Sineri. Mas também é uma aposta no futuro: “Quem faria compotas se não tivesse a esperança de viver pelo menos o tempo necessário suficiente parao poder comê-las?”” (Massimo Montanari)
COLOCANDO MAIS ÁGUA NO FEIJÃO (1)...

“O nó do problema parece ser a divergência entre desenvolvimento econômico e a elaboração cultural: movemo-nos na era da abundância com o equipamento mental contruido para o mundo da fome”   (Massimo Montanari)
COMA O LIVRO DE LISA: COMER, REZAR E AMAR...

Foi uma experiência única ingressar no universo do audiolivro com a obra de Lisa - para os íntimos. A viagem de um ano foi recheada por comida, presente em cada detalhe: comida do comer, comida do rezar, comida do amor... Itália, Índia e Indonésia... Uma obra dirigida para quem ama viajar (física e mentalmente - risos) e comer (em todos os sentidos – mais risos)... Uma obra para quem ama viver e vive amando com todas as suas implicações!!!

Comer.... flor de abóbora recheada de queijo, a pizza de Nápoles... comer a Itália e todos os seus símbolos... uma Roma “sexo”(mesmo que alguns dados estatísticos trazidos pela autora provem o contrário).... os gelados nos parques... os “quilos” conquistados... de muita comida... Comida prazer!

Rezar... o corpo que reluta se entregar à rotina postural... a Índia que se alimenta de vegetais... uma mente livre ao ponto de possibilitar o pouso de um pássaro... as vacas que exibem seu status pelas vias urbanas.... Comida oração!

Amar... o café trazido pela esposa do xamã (que com ele sexo não faz!)... as batatas em substituição ao sexo com amor (que não se reconhece amando)... a cama onde a batata é masturbação... a oferta de vinho a ser trazido até a cama onde o corpo adoece de tanto prazer... onde pênis é banana... a Indonésia das oferendas repletas de comida... Comida amor!

O encontro do amor livre de forma... Nem isso.... nem aquilo... o desnecessário enquadramento... aquele que aniquila o Ser!

Proposta: se você tem preguiça de ler, experimente o audiolivro! Para se lambuzar com uma comida que reúne prazer, oração e amor... Coma o livro de Isa!

Fonte de inspiração:  Comer , Rezar , Amar. Elizabeth Gilbert. Editora Audiolivro.


NO ESCURINHO DO CINEMA


No escurinho do cinema


Chupando drops de anis


Longe de qualquer problema


Perto de um final feliz..



O silêncio constantemente é rompido nas salas de cinema. Pipoca, balas e refrigerantes  sinalizam o encontro da arte cinematográfica com a comida. Beijos e abraços ardentes cedem espaço para os "comes e bebes". Aquela mão tímida que buscava encontrar seu par, hoje tateia no escuro ao encontro de comida e bebida.

Ao entrar nos espaços destinados à exibição de filmes - dos comerciais aos cults, encontramos uma oferta significativa de alimento. Com ou sem requinte, em regra, avistamos a pipoca. A pipoca... tão criticada pelo publico que exige silêncio absoluto no escurinho! Sem dúvida alguma, a pipoca é a grande estrela do espaço alimentar. Desfila pela sala em diferentes tamanhos e sabores. Reina soberana.

Calma Rita Lee... Drops de anis ainda tem! Muitas e muitas balas, chocolates. Trata-se de uma verdadeira "orgia gastro"! As guloseimas são incontáveis! Temos um espetáculo marcado por muita cor. Tudo muito bem distribuído nas vitrines limpas e iluminadas.

Mas os problemas estão “longe de estarem longe”... se a luz acender não teremos aquele “flagra” que tão bem caracterizava o ato de “namorar no cinema”. Ficou a nostalgia do constrangimento marcado por faces subitamente rosadas e corpos em movimento.

Com as luzes acesas os sinais de “desamor” mostra sua cara no chão: papéis, pipocas que deram certo e aquelas que morreram mesmo antes de nascer, copos de refrigerantes vazios - muitos "atirados" no chão. Vestígios da comilança cinematográfica! Final nada “feliz” a luz do entendimento de Rita e Roberto!

Proposta: Eu amo comer pipoca, mas vamos trocar mais abraços e beijos no escurinho do cinema, please!


Fonte de inspiração: música Flagra – Rita Lee /Roberto de Carvalho.
PÃO (D)E CIRCO

Estava lendo na praia a revista Marie Claire do mês de fevereiro e, para minha grata surpresa, encontro uma reportagem sobre o Cirque du Soleil. Não gosto muito de circo, devo confessar. Todavia, não resisti a curiosidade de assistir ao espetáculo dessa consagrada trupe. Valeu a pena. Foi emocionante. Fomos recepcionados com um excelente coquetel e um atendimento elogiável tendo em vista as características do “evento”.
A reportagem me despertou curiosidade (aliás, como quase tudo nessa vida) por diferentes motivos. Mas um pensamento me ocorreu de pronto: tem que ter "alguma coisa" sobre a comida do circo aqui!!! O estado de excitação já estava mais pra “tsunami” do que pra marolinha – risos. A questão da comida me intrigava desde aquele coquetel (onde come toda essa gente? como deve ser a cozinha? a logística?.. enfim, uma infinidade de interrogações...).
Dito e feito, o que poderia acalmar a "tissunami" estava lá. Contêineres abrigam uma verdadeira cozinha. Almoço e jantar com menu bem diverficado. Etiquetas nos preparados indicam a “periculosidade” do que será ingerido (etiquetas vermelhas previnem: pratos mais gordurosos!). Quantos chefs tinham na cozinha do último espetáculo da trupe no Brasil? Quatro. O chef responsável pela preparação de 300 refeições diárias é francês que está “louco” pra morar e abrir um restaurante no litoral paulista! Mais um chef francês que abandona a terrinha pelo "sabor" das terras brasileiras!
Mas... risos... fechando o colchete... A equipe conta com um número fixo de pessoal e outro do local onde o circo está se apresentando (claro, isso eu já sabia havia deduzido, pois... encontrei uma ex-aluna de gastronomia, sempre muito “ligada” no mercado de trabalho por lá... emocionante encontro, aliás!).
Cozinha itinerante de circo! Amei isso!. Sempre insisti com meus alunos de gastronomia e nas palestras proferidas: temos que vislumbrar novos nichos de trabalho. Não podemos restringir o campo profissional do cozinheiro ao restaurante da esquina! Uma experiência na trupe do circo deve ser interessantíssima, assim como em navios.
Por certo, a história já comprovou que nem só de pão e circo vive o povo (não é mesmo, “Roma”?!), mas cá entre nós “fazer pão no circo” deve ser uma experiência única!!! O pão de circo deve ter um sabor e tanto!

Ai vai o que é servido na “lona” do Circo du Soleil para a preparadíssima trupe:

- dois tipos de carne
- um prato vegetariano
- massas
- legumes
- saladas
- muffins, bolos e frutas...

Proposta: Vamos locar um dos muitos dvds do Cirque du Soleil, fazer deliciosos muffins e depois imaginar toda a trupe comendo nos imensos contêineres?! Em suma: a relação entre pão e circo será sempre atual!


Fonte de inspiração: A vida em turnê. Marie Claire. Fevereiro/2010 nº 227. Editora Globo. O trabalho fotográfico de Lalo de Almeida está simplesmente fantástico!!!


COMIDA E PRAZER




Amido? Proteína? Vitamina? Quero massa, carne e cenoura!!! A preocupação com a “saúde” tem deslocado a preocupação do prazer de comer para as propriedades nutricionais dos alimentos... além da “conta”...

A comida virou “remédio” para o culto ao magro, ao esbelto. Por mais que se afirme que o objetivo é a busca da saúde (por vezes quase a busca da imortalidade do corpo... o coração e a alma já eram, é claro!) o que se observa é a luta pela conquista do “corpo” construído como ideal pelo imaginário contemporâneo.

O que antes representava poder, status, força, virilidade – a obesidade – hoje se revela um dos maiores problemas da “aldeia global”. Comer em excesso não mais garante prestígio social, ao contrário. A arte medieval e renascentista revela o “modelo estético” da época: mulheres nuas, gordas, “arredondadas”. Por outro lado, uma rápida observação do material publicitário da sociedade contemporâneo revela a inversão: mulheres magras, quase esqueléticas. "Giseles" em diferentes versões...

A preocupação estética está ocultada pelo discurso do “estilo de vida saudável”. As propriedades nutricionais guiam as dietas propostas pelos profissionais da área: uma porção de “amido”, uma porção de “grãos”, uma porção de “proteína” e verduras e vegetais a vontade. Realmente, comida virou remédio... em breve, os cardápios serão substituídos por “bulas” que apresentaram as propriedades nutricionais dos pratos, bem como o total de kcal.

Está na hora de resgatarmos o conceito de prazer, comum aos primeiros escritos sobre o tema que reportam necessariamente aos gregos. A noção de equilíbrio sem abrir mão do PRAZER! Eu não quero comer uma porção de “amido”... EU QUERO COMER MASSA... Eu não quero comer “grãos”... EU QUERO COMER FEIJÃO... Eu não quero comer proteína... EU QUERO COMER CARNE...

Não estou afirmando que as propriedades nutricionais não são importantes, mas que elas devem ocupar seu devido lugar, isso devem. Sejamos francos: estamos escravos do corpo na sua dimensão estética. O “prazer” em ser “magro” a custa de verdadeiras “castrações” tem limite (ou deveria ter), pois perder a oportunidade de sentir prazer ao comer uma bela macarronada ou um churrasco com salada de maionese deve ser realmente muito “frustrante”!

Proposta: vamos comer comida com e por prazer! Esqueçamos as propriedades nutricionais da comida em nome do prazer (ao menos aos domingos – risos)! Abaixo o controle kcal, pois o que importa é afastar o “peso da culpa” e do “compromisso com o imaginário social”!