A comida fala o tempo todo sobre tudo. A comida diz sobre saúde física e mental, estilo de vida, PIB, cultura, arte, amor, sexo.

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domingo, 21 de fevereiro de 2010

KAFKA E A FOME

Relendo  "Um Artista da Fome",  pensei sobre a  fome e "viajei na maionese" (não é brincadeira... viajei mesmo!!!)... Enjaulados, os artistas da fome faziam questão da vigilância para provar o jejum realizado. O tempo de jejum era previamente estipulado, pois o interesse dos público "tinha limite"! A arte entrou em decadência e o artista da fome de Kafka revelou, na última jaula que ocupou, o motivo pelo qual fazia o jejum:  "porque eu nunca encontrei a comida que me agradasse. Se eu a tivesse encontrado, acredite, eu não teria feito nenhum alarde e teria comido até me empanturrar, como você e todo mundo". O  corpo do artista da fome foi retirado da jaula do circo e, em seu lugar, foi  colocada  uma jovem pantera que comia sem ponderação... "a alegria de viver saía de sua garganta com uma ardor tão intenso que os espectadores mal podiam aguentar
A arte carrega a dimensão  "ficção". A arte também "fala" da realidade.  O combate à fome parece estar perdendo "espaço" para luta pelo controle da obesidade quando analisamos as políticas sociais voltadas à alimentação.  Não consigo acreditar que  Kafka consiga nos esclarecer o motivo pelo qual  a "morte pelo excesso de comida"  tenha mais poder de afetar as  pessoas que a "morte pela fome"; veja-se: "não tente explicar  a alguém a arte da fome! Não há como torná-la compreensível a alguém que não a sente."
Claro que a fome que Kafka tratou não é a mesma sobre a qual eu escrevi, mas eu não perco a oportunidade de denunciar o destrato dispensado à fome pela ausência da comida (aquela que garante a sobrevivência - objetivo primeiro do ato de comer). 

Proposta: Considero essa produção de Kafka fantástica para discutirmos comida em suas diversas dimensões (antropológica, psicológica...). Uma possibilidade de reflexão que me agrada sobremaneira é aquela que concebe a comida como arte (ficção). Por isso, vou trazer a passagem de dois psicanalistas sobre a função da ficção na próxima postagem. Pense sobre... qualquer dia talvez eu escreva sobre isso, embora considere o tema complexo demais para ser tratado através de uma postagem... mas... quem sabe... risos...

2 comentários:

  1. Dinda,
    teu post me lembrou de um filme que vi recentemente(indicado pela Dani): A comilança. Comer até morrer, ou morrer pelo excesso de comer...nesse caso, literalmente.
    bjs, adorei o blog

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  2. Querida... tens razão... é por aí... Saudades de ti... saudades de nós todos juntos!!! Beijos sempre, minha chefinha amada!!!

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