"Não importa o quão estreito seja o portão e quão repleta de castigos seja a sentença, eu sou o dono do meu destino, eu sou o capitão da minha alma". (William Ernest Henley)
Invictus é uma obra para ser literalmente bebida. O filme percorre os preparativos da Copa de Rúgbi, na África do Sul – 1995, primeiros anos do Governo Mandela. O encontro entre os personagens principais se realiza regado por um CHÁ ( o chá é sem leite para o capitão do time!).
Para Mandela o CHÁ DA TARDE é o principal “legado” deixado pelos ingleses. Fica claro o caráter “inspirador” da bebida de origem oriental (chinesa) que tão bem justifica o "emblema" inglês: vamos tomar o chá das 5 (p.m)? Vale lembrar que, segundo, Standage (2005), a beibida foi introduzida nas cortes inglesas por uma mulher: Catarina de Bragança (sec. XVII).
Durante o chá, Mandela faz referência ao poema de Henley – sua fonte de "inspiração" para suportar os anos de prisão. Ora, se para nós ocidentais, o chá “contribuiu para a construção social da identidade de gênero, identificando às mulheres, em oposição ao café, de reputação feminina”, podemos afirmar que o chá remete ao espaço privado. Logo: chá, chá da tarde, feminino, espaço privado, inspiração.
Mas o filme continua “dando sede”... Para saciá-la o diretor nos oferta LEITE! “A vaca é sagrada” – a mulher também... risos... Mandela, que à noite é chamado de “dada” pela afetuosa empregada, costuma tomar o muti – leite morno. Enquanto isso, o viril capitão do time de rúgbi bebe o “shake de proteínas” preparado pela mãe e trazido pela namorada! O leite remete ao gênero feminino, ao conforto, ao aconchego.
Enquanto os homens “se matam” no Campo de Rúgbi, inspirados pelas “bebidas femininas”, os problemas de Estato são resolvidos! Tim...Tim...
Fonte de inspiração: INVICTUS. Filme dirigido por Clint Eastwood. Morgan Freeman (Mandela) e Matt Damon (capitão do Springbocks.Baseado no livro de John Carlin (Conquistando o Inimigo – uma história real). 2009.
Leia mais sobre tema: CARNEIRO, Henrique. COMIDA E SOCIEDADE. Editora Campus. 2003. p.95 (citação). STANDAGE, Tom. HISTÓRIA DO MUNDO EM 6 COPOS. Zahar Editor. p.149 (referência)
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