Sexta-feira (ontem) fomos assistir A Gaiola das Loucas... Compramos o programa (não entendo como as pessoas não compram os programas... considero um desrespeito... como assim????? como assim??? ) e eu já fui devorá-lo... risos...
Leio, com imensa satisfação, a seguinte passagem do texto da Cininha de Paula (Co-direção):
Um misto quente de EUA e Brasil, com molho carioca e recheio paulista, de amigos novos e antigos trabalhando para um só resultado...
A primeira fala de Alban (Diego Vilela arrebentou.... simplesmente arrebentou investido no papel de travesti...) dizia respeito à relação entre a figura da mãe... do filho... e a comida... Alban criou Jean Michel como se fosse sua mãe (e "de fato" ele foi sua mãe)) e, porque não dizer, a fala que dá "inicio"à peça, diz respeito ao abandono... ao abandono denunciado através de uma constatação ALMOCEI SOZINHO... Alban tinha feito um almoço especial para George... seu companheiro... e ele não compareceu.... Alban provou da solidão... do abandono... do desprezo... Comer sozinho... por isso considero a cena final do filme 2001 uma odisséia no espaço divina... simplesmente divina... a solidão humana... um homem... uma mesa... um prato de comida... GAIOLA LOUCA é a vida... a vida comida... devorada... Alban grita a "solidão do SER...
Outra fala de Alban foi uma manifestação de amor demãe pelo filho foi "alimentícia"... Alban demonstrou preocupação com a "magreza" do "filho"... Muita preocupação... preocupação de mãe...
Uma das formas do filho contestar a figura materna é justamente "não comer"... marca posição... enfrenta... nega... alguns psiquiatras assim sustentam... tenho lido sobre a comida a partir da perséctiva psicanalítica... risos... Jean Michel queria esconder a mãe travesti dos preconceituosos pais de sua futura esposa!!! Bingo...
O encontro das famílias foi marcado... claro... UM JANTAR!!! O clima estava tenso, pois Georges (gay que mantinha um relacionamento estável com Alban há mais de 20 anos... pai biológico de Jean Michel.... Miguel Falabella estav "impossível") teria que eliminar os traços comportamentais que pudessem denunciar sua preferência sexual... Alban teria que se fazer passar por mulher.... é nesse cenário que entra na sala o mordomo, cozinheiro (tb um gay enceando um heterossexual!!!) segurando, aos berros, uma bandeja com um "frango em chamas"... risos... "o assado pegou fogo"... e a familia estava em chamas... "as batatas estava assando"... risos muitos...
Diante dessa situação, foram todos para o restaurante... a mesa... nossa... só uma análise do comportamento dos comensais renderia um livro... supimpa!! Isso sem falar na "receita" de sucesso da proprietária do restaurante: mais importante que um bom tempero é a publicidade!!! E não é que ela não está tão errada assim.... o "mercado" está aí pra não deixar dúvidas, lamentavelmente...
Comer é falar de prazer... de desprazer... de amor... de desamor... Ave, A Gaiola das Loucas... um banquete que denunciou preconceito, amor, fragilidades... BRAVO!!! BOM APETITE... DELICIEM-SE COM...
A GAIOLA DAS LOUCAS
Música e Letras - Jerry Herman
Texto - Harvey Fierstein
Baseado na peça "La Cage Aux Folles" de Jean Poiret
Direção de Coreografia:Chet Walker
Direção Musical: Carlos Bauzys
Coreografia Associada: Fernanda Chamma
Versão Brasileira e Direção: Miguel Falabella
Produção Geral: Sandro Chaim
Nenhum comentário:
Postar um comentário